terça-feira, 21 de agosto de 2012

15/01 Quarto dia

Tomamos cafe-da-manha em casa. Tivemos paes, manteiga, ovos mexidos, leite e muito bom humor. Saimos de casa as 8:00! Mais uma vez, passamos pelos mesmos lugares, porem, fiz uma nova observacao sobre as barraquinhas: venda de carvao. Os montinhos ficam expostos no proprio chao. A grande maioria da populacao necessita do carvao, pois nao possui fogao a gas.
Hoje, nos afastamos mais da cidade, por isso, pegamos grandes vias com pista dupla. Vimos muitos carros novos e velhos, prevalecendo Toyota e Hyundai. E claro, as chapas. Algumas ate mais sofisticadas onde as pessoas nao precisam sentar nas beiradas. Podem sentar em bancos colocados dentro da carroceria. Inclusive, vimos uma viatura da policia exatamente assim: policiais fardados sentados em bancos na carroceria da caminhonete. Eram homens e mulheres, simpaticos e sorridentes. Porem, nao "fotografaveis". Eles nao podem ser fotografados e essa foi uma advertencia feita por Agustinho logo apos uma de nos ter mirado a camera na direcao deles. Pela forma como ele nos advertiu, a falta poderia ter sido grave.
O sinal da chegada ao nosso destino foi muita areia, saimos da estrada asfaltada e entramos em um areial. Na verdade, tivemos de fazer um pequeno retorno. Passamos pelo templo e nao o vimos. Numa rua bem estreita e arenosa, la estava a pequena igreja, apenas paredes sem reboco. Nao havia piso, nem teto, nem janelas e nem portas. A ausencia de parede formando uma abertura na entrada era o lugar de passagem para dentro. Havia muitas cadeiras embaixo de um lona que servia como teto. Muitas cadeiras, mas nao suficientes pro tanto de pessoas presentes. Como nao tomamos assento, um dos mocambicanos nos disse: "Se voces nao sentarem, eles nao irao sentar. Eles prepararam isso pra voces." Isso fez com que alguns se sentassem. Cada vez mais pessoas chegavam, algumas trazendo consigo esteiras de palha. Quando as esteiras foram estendidas no chao, criancas que estavam no colo de alguns de nos, imediatamente se sentaram sobre elas, como se isso fosse um habito. Poucos minutos depois, la estavam dois jovens, um homem e uma mulher, conduzindo um animado e dancante louvor. Algumas musicas possuiam coreografias que idosos, adultos, jovens e criancas dancavam. A maioria das cancoes sao cantadas em portugues e em shangana. A letra eh a mesma, mas para cada metade da musica, eh cantada em um dos dois idiomas.
No momento das ofertas, um dos homens que conduziu o culto me mostrou alguns dolares e me perguntou quanto a soma das cedulas valia. Somei uma nota de 50, uma de 10 e outra de 1. Respondi: "61 dolares". Ele retribui um sorriso satisfeito. Por nao estar acostumado com aquelas notas, certamente quis um confirmacao da quantia. E os dolares estavam ali, porque um de nos ofertou. Durante todo o culto, ha uma pessoa traduzindo as palavras de shangana para portugues. Como ja mencionei em outro post, as pessoas mais velhas nao compreendem o portugues. Juliana, responsavel pelo Projeto Maputo, apresentou nosso trabalho e isso foi especial para ambas as partes, para nos e para eles.
Terminada a celebracao, um grupo foi distruibuir leite para as criancas e outro iniciou o atendimento medico. Eu e um dos cardiologistas do grupo fizemos visita domiciliar para uma senhora paraplegica que sofreu AVE (acidente vascular encefalico). Ao chegarmos na casa, o filho dessa senhora pediu para que esperassemos a esposa dele limpar sua mae. Terminado o prazo, entramos num quarto onde a senhora estava deitada sobre um colchao. No quarto, so havia esse colchao, do lado dele, o chao estava umido, provavelmente da "limpeza" que a senhora recebeu. Rodrigo, o cardiologista, pediu para o senhor X falar para sua mae que estavamos ali pra examinar ela alem de nos apresentar. X foi resistente, dizendo que ela nao entende mais nada. Dr. Rodrigo pediu mais uma vez, pra que a informacao fosse dada. Fizemos o exame fisica, a pressao estava alta e felizmente nao havia escaras. X disse contou que sua mae consegue rolar, muitas vezes a deixam no colchao e quando voltam ela esta fora dele. Isso contribuiu muito pra que ela nao desenvolvesse as escaras. Ao final, quando estavamos indo embora, a senhora que o filho insistia em dizer que era irresponsiva, acenou para nos fazendo sinal de tchau. Pareceu um gesto de agradecimento pela forma como havia sido tratada. Saindo dessa casa, andamos ate uma outra casa. O que nos chamou a atencao de cara foram imensos pes de manga repletos de frutas. 2 visitas parece moleza e jogo rapido, mas na verdade tivemos que andar bastante sob um sol escaldante. O estomago ja estava pedindo por comida. Embaixo de uma das arvores estava nossa paciente, sentada em uma esteira de palha com as duas pernas estendidas. Um rapaz foi logo traduzindo oque essa senhora queria nos dizer. Ela nao conseguia flexionar os joelhos e por isso sentava daquela forma. Pra levantar precisou de ajuda. Aferimos a pressao que estava altissima. Em agradecimento ao nosso atendimento ela ofereceu mangas que para outras pessoas custavam algum dinheiro, mas pra nos, seria de graca. Vendo nossas maos e bocas meladas ela ofereceu agua em um balde que havia trazido de dentro de casa. Antes que um de nos enfiasse a mao la dentro, a senhora deu um berro! O moco tradutor foi logo avisando que ela jogaria a agua em nossas maos porque aquele balde servia pra que ela tomasse banho. Nao poderia ser sujo. Depois de toda hospitalidade, voltamos pra encontrar o grupo. Na volta, passamos em um restaurante e comemos. Ja era 17:30. A noite, tambem trabalhamos com os dados colhidos durante o dia, passando tudo para o computador. Por fim, fomos descansar...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

14/01 Terceiro dia



Acordamos para sair as 8:00. Dessa vez, comemos em casa com a companhia de Agustinho. Frase do dia: "sou caseiro, gosto muito de engomar", o que significa que ele gosta de passar roupa. Na saida para Maputo, vi denovo as mesmas coisas, pois passamos pelos mesmos lugares. Nao sei ao certo o porque, prestei mais atencao nos detalhes e o impacto foi maior que antes. Comecando pelo lixao, um espaco gigantesco que se aproxima ao tamanho de um aeroporto incluindo pista. Eh um lugar imenso cheio de muito lixo e pessoas perambulando por ali, procurando algo que possa ser aproveitado. Isso eh o que imagino, pois pelo tamanho do local nao da prah ver os detalhes e o que elas estao fazendo de fato. Sao dezenas e dezenas delas espalhadas por toda a imensidao do lugar. Havia aves, que nao pareceram urubus, sobrevoando a area, mas muito provavelmente tambem estavam procurando por restos de comida. Nao eh um local por onde se passa despercebido, a regiao chama atencao por si. Foi um dos lugares onde passamos em frente e todos dentro do carro comentaram algo sobre.
As ruas da regiao onde alojamos sao uma mescla de areia e asfalto ruim, ora areia ora asfalto esburacado. Quando asfaltadas, as ruas nao possuem calcadas, o proprio asfalto delimita a rua, separando-a da areia. Muito raramente, vemos calcadas cimentadas. O fato de ser areia nao impede que os mocambicanos usem desse espaco para comercializar uma variedade de produtos, que vai desde verduras ateh escapamento de carro. Nao eh uma barraquinha aqui e outra ali, ha barraquinhas por toda extensao das ruas. Em alguns pontos, as barracas sao dispensadas e os produtos sao expostos no proprio chao. Os sapatos sao um exemplo, sao fileiras de sapatos a luz do sol. Os escapamentos ficam dispostos em ferros fincados na terra, os escapes encaixam em protuberancias, parecendo uma arvore, onde o ferro principal eh o tronco e os escapamentos sao os galhos. A barraca campea foi a "cabine telefonica" que na verdade eh um guarda-sol com uma mesa embaixo, uma cadeira onde senta uma pessoa de frente pra rua que por certo eh a "telefonista" e uma cadeira de costas para rua onde o cliente pode se sentar e fazer a ligacao desejada no meio de toda confusao do transito. Ha tambem muita gente caminhando e outras embarcando e desembarcando nas "chapas" (carros que usam suas carrocerias pra transportar gente).
No centro, o cenario muda. A sujeira permanece, tem muito lixo nas calcadas. No entanto, a maioria das ruas sao asfaltadas, Existem predios antigos, mas predios. Os vendedores ambulantes estao mais espalhados e se concentram nos semaforos. Na orla, ha mansoes. Casas grandes, modernas, chamativas, com segurancas e cameras. Quase todas com 3 pavimentos que acompanham o relevo inclinado da costa, tendo, portanto, acesso por duas ruas: uma beira mar e a outra na parte mais alta do terreno.

Tiramos esse dia para turismo, conhecermos um pouco sobre o local onde estamos atuando. Comecamos por uma feira de artesanato. Muitos panos pintados a mao, esculturas de animais e pessoas, pratos, bijuterias e roupas. Muita cor e coisas muito bem feitas. Apesar do preco em meticais assustar, ao converter a quantia para reais tudo vale a pena. Da vontade de comprar muita coisa! Mas melhor que compra-las eh negocia-las. O grupo de mulungos (nome pelo qual eles chamam os brancos) atrai a atencao dos vendedores. Se voce pergunta o preco de algum objeto deve tambem estar disposto a insistencia: "quanto voce quer pagar, amigo brasileiro?", "ah, amigo! Por favor, valorize o artista.", "amiga, compra pra me ajudar." Te seguem mesmo se voce disser que nao quer o produto e continuam a negociar, ateh mesmo quando se chega em outra barraca e comeca a olhar outra coisa que nao tenha qualquer ligacao com a que te ofereceram. Se te pedirem 500 meticais, oferte 250 e acabe levando por 350. Voltamos para a van que estava no mesmo local onde havia nos deixado, apenas uma diferenca: estavamos acompanhados por varios vendedores que trouxeram consigo objetos na ultima tentativa de vende-los. Desviando de um e outro, conseguimos entrar no carro, mas nao acabou por ai. Mesmo de portas fechadas, eles tentavam nos persuadir a comprar. Mostravam o valor do produto com os dedos e de dentro a gente mostrava o valor da contra-oferta atraves do celular. Uma de nós, fez tres ofertas assim e as tres foram recusadas, ate que o carro comecou a andar e o vendedor nos acompanhou correndo por alguns metros aceitando a ultima oferta.

Mais uma vez no carro, fizemos contas e percebemos que o que eles vendiam para nós, valia ainda mais a pena que pensavamos. Quase todo mundo ficou arrependido por nao ter comprado mais. Pra evitar confusao e facilitar futuras pechinchas fizemos uma colinha na mao, ex.: x meticais equivalem a y reais, w meticais equivalem a z reais. Paramos no Museu de historia natural que eh pequeno mas bem elegante, tem animais empalhados e uma lojinha com souvenirs. Todavia ninguem parou pra observar isso, todo mundo aproveitou a internet wifi pra postar fotos e deixar recados e emails.
O almoco foi especial porque a cacula da turma faz 21 anos!!! Entao, escolhemos um restaurante na orla. Cantamos parabens e comemos muito bem: camarao! Precisei de um adaptador pra carregar meu computador, o garcom (negro) pediu pra que eu falasse com o dono (branco). No restaurante, a proporcao entre negros e brancos tende a se igualar, 1:1. Algo que acontece tambem no shopping. Saindo dali, passamos em frente a casa de Mandela, que nao se compara as mansoes da orla, mas eh grande, vistosa, simples e limpa.
Andamos, andamos e onde fomos parar?! Feira novamente! Claro que dessa vez tudo estava mais facil, pois todos usaram a colinha na mao que facilitou a negociacao. Alguns vendedores aprenderam nossos nomes. Um deles me disse "amiga, fala pra Natalia comprar de mim! Ela estah a olhar com outra pessoa, amiga!" O "estah a olhar" nao foi escrito assim por acaso, eh exatamente como eles falam, nunca dizem "estou fazendo algo" dizem "estou a fazer". Tambem nao conversam entre si em portugues durante as negociacoes, sempre em xangana. Sorrimos demais durante esse tempo e mais uma vez a van ficou rodeada de gente: "amigos brasileiros, vamos nos entender, falamos a mesma lingua!" Isso demonstra a avidez de vender e como eles conseguem ser carismaticos e insistentes ao mesmo tempo.

Chegando ao forte, coincidentemente havia outra feira bem de frente. Ficamos combinados de NAO parar la e nao comprar nada pra nao chamar a atencao dos vendedores. Na saida, um deles se aproximou de mim e comecou a me pedir um retrato. Ele me viu tirando algumas fotos das obras que fazia. "Ah, amiga! Me de uma foto com minhas artes! Has de me dar uma foto, amiga?" Falei que todas suas artes eram lindas o que o deixou satisfeito e fez mais questao ainda de me mostrar. Foi um episodio interessante ver o quanto uma foto faria diferenca pra ele, durante toda nossa conversa que foi gravada em video, ele me pede insistentemente uma foto e nao oferece em nenhum momento seus produtos, apenas os exibe na tentativa de me convencer a lhe dar a foto. Uma pena ele nao ter endereco pra que eu pudesse enviar. Como eu ja mencionei o transito eh muito intenso e eu nao poderei voltar para entregar, porque temos uma agenda cheia a ser cumprida. Ja na van, e ainda acompanhada por meu novo amigo mocambicano, notei a presenca de mais uns vinte deles. Andamos uns 100 metros juntos, fiquei tao vidrada na conversa e nem percebi que mais uma vez estavamos sendo perseguidos por uma porcao de vendedores... e de novo, cercaram a van na tentativa de vender alguma coisa. Isso pode parecer ameacador, mas nao entenda assim! A cena no imaginario parece mesmo, porem, definitivamente nao eh. Povo mocambicano eh gente do bem! Perdi as contas de quantas vezes tirei meu celular da bolsa pra fazer contas e verificar o quanto estaria gastando em reais, quantas vezes tirei uma nota alta do bolso e esperei um troco 9 vezes maior que o valor que ficaria com o vendedor. Filmei diretamente o rosto do meu amigo mocambicano que quase implorava uma foto, mesmo estando ciente de que isso poderia ser perigoso. Andamos com cameras profissionais o tempo todo, sem medo de mira-las no rosto de alguem. Nenhum de nos foi roubado nas tres feiras.

Na volta para o alojamento, ainda no centro da cidade, onde as calcadas sao de cimento e existem semaforos, justamente em um deles, havia um vendedor oferecendo passaros em gaiolas. Bem exotico, nao?! Quando ja estavamos chegando no destino, pedi pra Agustinho passar bem devagar em frente ao lixao pra que eu pudesse tirar uma foto de melhor qualidade. Abri a janela e apontei a camera em direcao a entrada, antes mesmo de clicar fui interrompida pela janela que fechou no meu braco me assustando e a todos os outros que gritaram. Alguem fechou a janela repentinamente, quando um homem de um grupo de seis outros atirou uma garrafa de vidro em nossa direcao. Mais impressionante que esse episodio foi a forma como nosso motoristo lidou com ele. Ele nao saiu acelerando, pelo contrario, parou o carro e abaixou o vidro enquanto todos os sete vieram parar na janela dele. Comecaram a conversar em shangana, o que nos deixou ansiosos por saber o que falavam. Alguns dentro da van diziam "acelera, Agustinho", "Vambora!" A partir dai, ele disse aos homens em portugues, passando uma tremenda confianca: "Tudo bem! Eh que voces deixaram o pessoal aqui assustado, mas tudo bem. Iremos buscar as filmadoras e voltamos mais tarde pra filmar." E saimos dali devagar como se tivessemos feito as pazes e fossemos voltar de fato. Com o carro em movimento, Agustinho disse que o homem que lancou o vidro eh o "dono do lixao" assim como temos os "donos das favelas" no Brasil. Entao, quando alguem deseja tirar foto ou filmar precisa pedir autorizacao a ele ou pagar uma gorjeta pra ter acesso ao que existe la dentro. A atitude de Agustinho pareceu a de quem pretende proteger a imagem do outro, ele queria nos deixar seguros e ao mesmo tempo mostrar que aquelas pessoas nao apresentavam perigo.


Ja na casa, outra surpresa: a falta de energia. Pra aproveitar os ultimos raios do sol, partimos pra comunidade! Compramos velas de uma mulher que estava vendendo em uma barraquinha. Esperamos um bom tempo pra irem trocar o dinheiro, e quando o troco chegou, devolvemos para ela. Ganhamos um grito de alegria e um sorriso largo. Distribuimos baloes pra criancada. De repente, varias e varias delas nos seguiam, pulavam e ate dancavam. A nossa aquisicao foi uma boa porque em casa ficamos sem luz durante um bom tempo, ate todo mundo tomar banho, o que mais precisamente demora umas 3 horas. Ceamos e Jantamos macarrao a luz de velas. Foi um momento de muita comunhao entre o grupo e entrega do nosso projeto para Deus.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Segundo dia 13/01



Não sei se por ansiedade, mas acordamos uma hora antes do combinado, começamos a arrumar e só percebemos o adiantamento porque sobrou tempo entre a hora em que estávamos prontos ate a chegada do Agustinho para nos buscar. E olha que o Jet lag estava intenso, a diferença eh de 4 horas, acordamos as 2 da manha no horário de Brasília. A van estava as 7:15 (horário local) a nossa porta.

De dia, tudo muda e a impressão eh diferente! Primeiro, o transito. O transito de Maputo eh péssimo! Não da pra entender bem o porque, mesmo sem semáforos sempre ha filas de carros. São pistas simples que andam muito lentamente, as vezes param, e depois voltam a andar bem devagar. Muito “areial” como diz Agustinho, que são terrenos arenosos. Os carros em sua maioria não estão em bom estado e em geral, o transporte eh feito pelas chapas, veículos que usam a carroceria para transportar gente, quantas pessoas couber. Foi exatamente no caminho que tive aquela sensação: “caiu a ficha”, estou em Maputo! Muitas pessoas andando a pe, mães carregando seus bebes nos panos (assim como imaginamos a África), muito lixo no chão e claro, pessoas negras. Pra nos, brasileiros isso nao eh incomum, mas quando se trata de 99% das pessoas serem negras, atrai muito a atenção. Paramos em uma conveniência para tomar café da manha. Um episodio engraçado: Augustinho pedindo “um palito para chupar o refresco”, ou seja, um canudo pra tomar refrigerante. Apesar de falarem português, ha algumas diferenças no sotaque e no significado de algumas palavras que deixam a conversa bem mais interessante e por vezes, engraçada.

Chegamos ao orfanato depois de quase uma hora. Sao 100 internos e 500 alunos. Essas crianças são acompanhadas por duas famílias de missionários brasileiros e mantidas por uma ONG americana. A área eh grande, ampla, no meio do nada, muito mata, areia, arvores e eucaliptos, o famoso repelente natural! O primeiro comentário dos missionários, enquanto mostravam o local pra gente, foi que nossas malas entraram “milagrosamente”. Durante os 14 anos que moram aqui, sempre SEMPRE, sofrem questões burocráticas em relação a bagagem. Inclusive, doações feitas de forma regularizada nem sempre chegam ao seu destino final; muitas vezes, o próprio governo vende e se beneficia do lucro. Existe uma padaria que funciona como fonte de alimento, escola para profissionalizar padeiros e ainda fonte de renda para manutenção do local, paes com preços baixos para serem revendidos. A cozinha tem panelas imensas e um refeitório integrado. Ha também um salão, onde as garotas aprendem técnicas para trancar cabelos, fazer unhas, etc. E pra mim, a melhor parte, a igreja. De longe, ouvíamos o louvor, digo de longe porque o espaço eh mesmo grande e pra andar de um lugar para o outro eh preciso usar os caminhos de cimento em meio a areia e as arvores, não eh um espaço integrado por paredes. A igreja estava cheia de gente cantando hinos num ritmo lento e sincronizado. Também usavam o corpo pra louvar, de um lado pro outro, eles se moviam, todos juntos como se fossem um só. Essa gente tem uma expressão corporal única e isso torna cada simples gesto uma comunicação muito estreita com quem os assiste, capaz de gerar profundas sensações. Também conhecemos o quarto das meninas. Nesse lugar, percebemos o cuidado que as crianças recebem. Cada cama eh personalizada por uma foto que fica acima de sua cabeceira e o nome logo abaixo do retrato. O carinho também eh perceptível pela forma como os missionários se relacionam com as crianças. Eles são apaixonados por elas. Conversaram com conosco sobre tudo, menos sobre o dia em que voltarão para o Brasil, porque para isso não existe data marcada. São pessoas que abriram mao de muita coisa pra viverem por crianças abandonadas pelos pais, mal cuidados, portadoras de HIV e outras órfãs de fato, sem pai ou mãe.


Depois do reconhecimento da área, colocamos a “mao na massa”. Começamos com os adultos, a maioria precisava de tradutor, pois ainda utilizam o dialeto shangana. Outros não sabiam a idade ao certo, sempre apontavam uma estimativa. As principais queixas foram dores por todo o corpo e problemas de vista. Para o ultimo, ficamos limitados na tentativa de prestar algum serviço. Nas crianças, medimos, pesamos e tratamos diversas doenças. Sabemos que não acompanharemos mais essas mesmas pessoas durante a viagem, mas também sabemos o impacto de cada momento que tivemos com cada um, porque esse impacto pode ser subjetivamente mensurado na forma como eles queriam realmente entender cada informação, na forma como seguravam os medicamentos e retribuíam com um sorriso ou expressão de alivio. Inclusive, Agustinho, entrou na fila e o atendemos.


Tivemos uma breve pausa para almoçar, comemos na casa de um dos missionários que nos serviu salada, arroz, feijão e frango. Depois, distribuímos escovas de dente e pastas, cantamos, brincamos e fomos muito felizes no nosso primeiro contato com a comunidade moçambicana.
Jantamos no shopping da cidade, pequeno e simples, não fomos para a parte interna, ficamos na área externa onde existe os restaurantes. Meu pedido foi crepe de carne, acreditem ou não, muito bom! No alojamento, tivemos a SORTE de escutar o ensaio do coral da igreja antes de dormir.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Primeiro Dia!


Tudo começou no aeroporto de Guarulhos, onde nos encontramos. Apesar de termos nos apresentado pela internet, dando detalhes sobre idade, profissão, etc; foi ali no meio do tumulto do aeroporto que nos conhecemos pessoalmente. Alguns cansados por já terem iniciado viagem ha algumas horas antes e outros com um sorriso de orelha a orelha, pois era a primeira vez que viajavam de avião. O despache das malas foi complicado, tivemos que distribuir o peso entre os integrantes do grupo. Foram varias malas com doações, por isso, conseguimos distribuir duas malas de 32 kg para cada pessoa depois de quase uma hora. Essa cena foi engraçada, enquanto uns ficavam implorando a boa vontade da atendente na tentativa de fazê-la deixar o excesso passar, outros abriam as malas no meio da fila com medicamentos, seringas e caixas de luvas nas mãos. Por fim, a atendente não foi seduzida e tivemos mesmo que levar leite em pó, o que mais pesava a mala, na bagagem de mao.
Depois de mais de nove horas de vôo, chegamos na África do Sul. Em Joanesburgo, fiquei maravilhada com o tamanho, estrutura e organização do aeroporto Tambo. Eh minha primeira vez na África! Os souvenirs que oferecem despertam o interesse por conhecer o que eles representam. Muitas cores, bichos, colares, couros, coisas que me atraem de forma peculiar. Não escrevi isso pra aumentar as linhas do diário, o aeroporto de Johanesburgo eh mesmo um verdadeiro convite a desembarcar na África do Sul! Especialmente aos meus olhos.
O vôo pela South African foi um bom vôo, e o que ele ofereceu de melhor foi um comissário que esbanjava simpatia. Não entendo como algumas pessoas conseguem manter o bom humor trocando a noite pelo dia, quanto mais para trabalhar. Bem, no desembarque tiramos fotos com Ruby, o comissário simpático. Tivemos mais algum tempo para conversar e nos conhecer melhor, alem de encontrarmos mais dois integrantes do grupo, que estavam em Cape Town.
Pegamos mais um vôo de 45 minutos para chegar ate Maputo, dessa vez, pela LAM (linhas aéreas Moçambicanas). Desembarcamos no aeroporto pequeno e simples, e pegamos a bagagem sem problemas, o que foi um grande alivio. O ultimo grupo ficou cinco dias sem malas, mas as nossas 26 estavam todas ali, intactas. Apenas uma “mexida”, mas com todos itens dentro. Na saída, havia militares com armas e crianças que pegam malas e as colocam no carro. Claro que isso tem preço, alguns meticais, moeda local. O problema eh encotra-los. Em Guarulhos, trocamos reais por dólares, mas nao por meticais, porque nao tem. Aqui, as 21:00 no aeroporto INTERNACIONAL, não havia nenhuma loja de cambio aberta.
Encontramos nosso motorista, Agustinho, um negro alto forte que diz ter 55 anos, mas ninguém acredita. Ele nos conduziu ate o alojamento. No caminho, muitas pessoas transitando a pe pelas ruas, apesar de ser tarde, mais de 22:00. O alojamento tem muito conforto para o que esperávamos: quatro quartos, um banheiro, sala, cozinha, lavandeira e decoração africana. Fizemos uma breve reunião para nos apresentarmos melhor. Sonhos, expectativas, medos, anseios e lagrimas compartilhadas. Apenas uma pessoa não e da área da saude: 1 animadora de crianças, 3 pediatras, 2 cardiologistas, 1 enfermeira, 2 medicas e 4 acadêmicos, o ultimo eh grupo do qual faço parte. Encerrada a reuniao, abrimos as malas, e essa foi a primeira vez da viagem que fiquei impactada. Remédios, luvas, balões, tanto material junto, que ficou difícil separá-los. A quantidade me surpreendeu. Isso me fez materializar a idéia do projeto. Percebi a dimensão do que havíamos planejado ha tanto tempo, o que representava o convite que eu havia respondido com um sim dia 28 de novembro através de um email, ainda sem a aprovação do meu pai.
A primeira dificuldade surge: tomar banho em um só banheiro. Pensando bem, já havíamos tido varias: dependencia dos pais, dinheiro, remédios, malas, e ate mesmo ir pra esse pais sabendo que havia rumores de conflitos internos. Alguns desistiram mesmo tendo passagem emitida. Na verdade, essa foi a primeira dificuldade em solo moçambicano. Todos cansados, com vontade de dormir e uma fila de 13 pessoas para o banho, o que nos levou quase três horas para finalizar. Arrumamos as camas, montamos mosquiteiros e apesar do calor, "apagamos".


Segue informacoes que eu tinha sobre Mocambique antes de desembarcar no pais:
Moçambique é considerado como um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo sendo o número 197 de 210 no “ranking” de países por nível de renda “per capita” (World Bank, 2010). Segundo dados da UNICEF (2010) em 2008/2009, de 21,5 milhões de pessoas em Moçambique, 12 milhões ou seja, 55% da população vive abaixo da linha de pobreza com cerca de meio dólar americano por dia. Segundo dados dos indicadores de desenvolvimento mundiais de 2010, a expectativa de vida ao nascer é de 49 anos.
Apesar dos esforços do Ministério da Saúde de Moçambique, a situação da SIDA no país é extremamente séria (cerca de 20% da população é portadora do vírus), principalmente no sul do país onde se localiza a cidade de Maputo. Maputo possui uma precária infraestrutura na área de saúde sendo a taxa de mortalidade infantil 124/1000 nascidos vivos. Cerca de um terço da população não possui cobertura vacinal completa para doenças prevalentes como tuberculose, pólio, difteria, coqueluche, tétano e sarampo. Deficiência de micronutrientes como vitamina A acomete 68.8% da população e ferro 74.7%.
O declínio econômico, que começou no início da década de 1980, resultante de calamidades naturais, da guerra civil, da recessão econômica em nível mundial e ainda de políticas econômicas pouco apropriadas, conduziu o país ao estado de emergência. A saída para o país foi sua admissão formal ao BM (Banco Mundial) e FMI (Fundo Monetário Internacional), o que veio a acontecer em 1984. Para tal, e de acordo com as práticas correntes destas instituições, Moçambique teve que adotar um pacote de medidas econômicas. Nesse cenário apareceram grandes ONGs internacionais em Moçambique sendo hoje cerca de 5000 organizações não governamentais nacionais e estrangeiras (registradas ou legalizadas), encontrando-se no país ONGs especializadas em diversas áreas.

Segue lista de tudo que levamos:
Medicamentos
Energiclin polivitaminico 72compr Val.04/13
ZArt H 800 compr Losartana potassica + Hidroclorotiazida 50 + 12,5mg val12/2012
ZArt H 1600 compr Losartana potassica + Hidroclorotiazida 50 + 12,5mg val07/2013
ZArt H 96compr Losartana potassica + Hidroclorotiazida 50 + 12,5mg val12/2012
ZArt H 320compr Losartana potassica + Hidroclorotiazida 100 + 25mg val11/2012
Hyzaar 4500comprimidos Losartana potassica + Hidroclorotiazida 100 + 25mg val05/12
Sinot Amoxacilina suspensão oral 400mg/5ml 123 vidros val09/12
Meticorten 20mg 900 compr val11/12
Helmiben Mebendazol + Tiabendazol 100+166mg/5m 96 vidros Val08/12
Florax saccharomyces cerevisiae 144 frascos de 5ml val08/12
Cordarex Bensilato de anlodipino 5mg 30 caixas
Cizax cloridrato de ciclobenzaprina 10mg 180compr val03/12
Co-renitec maleato de enalapril 20/12,5mg 1305 compr Val 09/12
Co-renitec maleato de enalapril 20/12,5mg 600 compr Val 04/13
Co-renitec maleato de enalapril 20/12,5mg 2250compr Val 03/13
Celestone betametasona 0,5mg/ml 56 frascos val09/2012
Predsim 20mg Prednisolona 900 compr val08/2012
Microdiol desogestrel+etinilestradiol 28 cx com 21 compr
Moduretic hidroclorotiazida + amilorida 25/2,5mg 2000compr Val 06/12
Vagivit acido ascórbico 250mg 96 compr Val 09/12
Selene etinilestradiol + ciproterona 315compr val05/13
Exelmin cambendazol 75mg + mebendazol 200mg 36 compr val09/14
Exelmin cambendazol 75mg + mebendazol 200mg 12 compr val10/15
Floxacin Norfloxacino 400mg 480compr set 2012
Teflan Tenoxicam 20mg IM 10 unidades Val 02/2013
Teflan Tenoxicam 20mg VO 75 compr Val 06/2012
Teflan Tenoxicam 20mg VO 15 compr Val 07/2013
Cronobe cobalamina 5000mcg 2 amp Val 04/2013
Dexagil dexametasona + cianocobalamina injetável 10 unidades Val 07/12
Duoflam betametasona injetável 3cx. Val. 02/2012
Nevrix cianocobalamina injetável 9 ampolas Val 06/2012
Dexalgen dexametasona + hidroxicobalamina 19 ampolas Val 06/2012
Profenid cetoprofeno 100mg injetável 15 ampolas Val 12/2011
Dexa-Citoneurin dexametasona+ cloridrato de tiamina 3 amp Val 06/2012
Colcitrat colchicina 0,5mg 20 compr Val 07/2013
Kollagenase colagenase 8 tubos Val 05/2012
Zina levocetirizina 5mg 25compr Val 07/2012
Tamiran levofloxacino 500mg 6 compr Val 01/2013
Melocox Meloxican 15mg 20compr Val 03/2013
Omeprazol 20mg 28compr Val 11/2012
Pantocal pantoprazol 40mg 13 compr Val 03/2012
Cefalexina 500mg 40 compr Val 01/2012
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 1 cartela Val 03/12
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 4 cartelas Val 04/12
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 1 cartela Val 06/12
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 1 cartela Val 07/12
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 3 cartelas Val 08/12
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 3 cartelas Val 09/12
Allestra 30 gestodeno + etinilestradiol 4 cartelas Val 02/13
Triazol Fluconazol 150mg 3 cx. val. 09/2012
Triazol Fluconazol 150mg 1 cx. val. 02/2012
Selimax Azitromicina 500mg 15 compr. val. 03/2013
Zelix Fluconazol 150mg 1 cx. val. 11/2012
Infectrim F Sulfa+TMP 10 compr Val 01/13
Trok-G betametasona + gentamicina 10 tubos Val. 08/2012
Trok-N cetoconazol + betametasona + neomicina 6tubos Val. 10/2013
Trok cetoconazol + betametasona 5tubos Val. 04/2012
Anaerocid clindamicina 3 tubos Val. 03/2012
Duotrat betametasona + gentamicina 2 tubos Val. 02/2013
Naderm cetoconazol+betametasona+neomicina 4 tubos Val. 03/2012
Micolamina ciclopirox olamina 4 tubos Val. 03/2013
Drenison loção fludroxicortida 2 frascos Val. 12/2012
Crevagin tinidazol + miconazol 3 tubos Val. 02/2013
Trivagel – N dexametasona + associação 1 tubo Val. 03/2013
Vagivit acido ascórbico 2 cxs com 3 compr Val. 09/2012
Terisin AT tetraciclina + anfotericina B 1 tubo Val. 05/2013
Beta 30 betametasona injetável 5 amp. Val. 01/2012
Xefo 8mg iornoxicam 16compr Val. 02/2012
Altiva fexofenadina 60compr Val.11/2012
Nisulid 100mg nimesulida 72compr Val 07/2012
Proflan aceclofenaco 100mg 30compr Val 02/2013
Dolamin lisina 8compr Val 04/2013
Dolamin lisina + ciclobenzaprina 16compr Val 12/2012
Biofenac Di diclofenaco 5compr Val 10/2013
Flotac diclofenaco 12 cmpr Val 10/2012
Mirafort F suplemento vitamínico 32compr Val 06/2014
Neutrofer fólico ferro + acido fólico 105 compr Val 02/2012
Neutrofer fólico ferro + acido fólico 1fr Val 01/2013
Femitabs suplemento vitamínico 12 compr Val 10/2012
Zif suplemento vitamínico 18 compr Val 02/2013
D-forte suplemento vitamínico 16 compr Val 07/2013
Endofer ferro 20compr Val 02/2013
DTN-fol AC. Fólico 3052compr Val 11/2012
Lanelle suplemento vitamínico 36 compr Val 06/2013
Endofolin acido fólico 70 compr Val 03/2014
Folifer acido fólico + ferro 2 frascos Val 08/2012
Folifer acido fólico + ferro 8compr Val 04/2013
Folacin acido fólico 12compr Val 06/2012
Zirvit multi suplemento vitamínico 32 compr Val 07/2012
Depura vitamina d 7 frascos Val 11/2012
Folifemme suplemento vitamínico 20 compr Val 01/2013
Mineralis magnésio suplemento vitamínico 12 compr Val 04/2012
Materna suplemento vitamínico 30 compr Val 05/2012
Polivitaminico 96compr Val. 05/2013
Avamys fluticasona spray nasal 06/2013
Fibrase 1 tubo Val. 03/2013
Busonid budesonida spray nasal Val. 05/2013
Diublok atenolol + clortalidona 550compr. Val. 12/2012
Gracial desogestrel + etinilestradiol 9cx. Val. 11/2012
Microdiol desogestrel + etinilestradiol 18cx. Val. 07/2013
Benzetacil Penicilina benzatinica 50 ampolas 1.200.000Ui
Benzetacil Penicilina benzatinica 50 ampolas 600.000Ui
Albendazol 400 mg 300compr
Ivermectina 6mg 150compr
Novalgina Dipirona 74 frascos Val. 03/2013 99778004
Pyverm embonato de pirvinio 1 frasco Val. 05/2013
Novalfem ibuprofeno 112 frascos Val.07/2013
Allegra pediátrico fexofenadina 60 frascos Val.04/2013
Maleato de dexclorfeniramina + betametasona 60 vidros Val 05/2013
Cewin acido ascórbico gotas 150 frascos val04/11
Exelmin cambendazol + mebendazol 3frascos val05/13
Alivium ibuprofeno suspensão oral 30 frascos Val.05/2012
Nutrinfan suplemento vitamínico 1 vidros Val. 07/2012
Nutrinfan suplemento vitamínico 10 vidros Val. Fev/2013
Nutrinfan suplemento vitamínico 6 vidros Val. 06/2013
Revitan Junior polivitamínico 7 frascos Val.12/2012
Astro Azitromicina 500mg 12 Val. 04/2013
Astro Azitromicina 500mg 7 Val. 08/2013
Astro Azitromicina 600mg 1 Val. 04/2012
Azitromicina 500mg 120 cx com 3 compr Val. 04/2013
Sinot Amoxacilina suspensão oral 400mg/5ml 64 +27+32 vidros val09/12
Sinot Amoxacilina suspensão oral 400mg/5ml 28 vidros val08/12
Sinot Amoxacilina suspensão oral 400mg/5ml 32 vidros val05/12
Sinot Amoxacilina suspensão oral 400mg/5ml 5 vidros val02/13
Sinot amoxa suspensão oral 400mg/5ml 1 vidros Val. 08/2013
Sinot amoxa 875mg 14compr Val. Fev/2013
Sinot-clav amoxa-clavulanato 400mg/5ml 2 vidros Val. 07/2013
Sinot-clav amoxa-clavulanato 400mg/5ml 1 vidros Val. 05/2013
Sinot-clav amoxa-clavulanato 400mg/5ml 4 vidros Val. Fev/2013
Sinot-clav amoxa-clavulanato 875mg/5ml 1 vidros Val. 12/2012
Triaxin ceftriaxone 500mg IM 2 frascos Val. 03/2013
Triaxin ceftriaxone 500mg IM 3 frascos Val. 06/2013
Triaxin ceftriaxone 500mg IM 1 frascos Val. 05/2012
Triaxin ceftriaxone 1g IM 2 frascos Val. 07/2013
Triaxin ceftriaxone 1g IM 2 frascos Val. 05/2013
Triaxin ceftriaxone 1g IM 2 frascos Val. 07/2012
Triaxin ceftriaxone 1g IM 1 frascos Val. 12/2012
Triaxin ceftriaxone 1g IM 1 frascos Val. 03/2013
Triaxin ceftriaxone 1g IM 1 frasco Val. 03/2012
Ebastel ebastina 1 vidro Val. 05/2013
Quitlis suplemento vitamínico 5 vidros Val. 03/2013
Aerolin nebules salbutamol para nebulização 100 flaconetes Val. 02/2013
Zitromil Azitromicina 500mg 21 compr Val. 02/2013
Zitromil Azitromicina 600mg 4 frascos Val. 06/2013
Zitromil Azitromicina 600mg 4 frascos Val. 04/2012
Hixizine hidroxizina suspensão oral 8 frascos Val 11/2013
Combiron alicinato férrico 5frascos Val. 03/2013
Aerolin salbutamol spray 2 unidades Val. 11/2012
TROK cetoconazol tópico 2 unidades Val. 07/2013
Mud neomicina tópico 2 unidades Val. 07/2013
Permut betametasona tópico 2 unidade Val. 01/2013
Cebin gotas acido ascórbico 2 unidades Val. 06/2013
Profenid cetoprofeno 4 frascos Val. 01/2013
Noripurum ferripolimaltose 5 frascos Val 11/2011
Polaramine dexclorfeniramina 3 frascos Val 08/2011
Predsim prednisolona 5 frascos Val 02/2013
Myrafer ferro polimaltosado 4 frascos Val 08/2013
Viterkids cálcio + d 3 caixas Val 08/2013
Annita Nitazoxamida 500mg 18 compr Val 08/2013
Endofolin acido fólico 3 frasoc Val 08/2013
Doraliv ibuprofeno 26 frasos Val. 08/20113
Hyzaar losartana + hidroclorotiazida 100/25 15 compr 144cx. val06/2012
Moduretic hidroclorotiazida + amlorida 25/2,5 20 compr. 192 cx. val06/2013
Predsim prednisolona 80 frascos gotas Val. 09/2012
Predsim prednisolona 25 solução oral Val. 11/2012
Dermotil fumarato de mometasona 2 tubos Val. 01/2012
Ivermectina 6mg 22compr Val. 03/2013
Clindal AZ azitomicina 500mg 3 compr. Val. 08/2012
Material de curativo / procedimentos
50 frascos de soro fisiológico
25 pacotes de gaze estéril
20 Pacotes de atadura
75 seringas de cinco ml com agulha
400 seringas de cinco ml
400 agulhas verde
200 aventais descartáveis
13 rolos de esparadrapo
100 frascos de Água destilada 10ml
15 caixas de Luva de procedimento vários tamanhos
2 fr Riohex 0,5% alcolica (clorexidina) 1.000 ml
2 fr Riohex 2% degermante (clorexidina) 1.000 ml
100 pares de Luva estéril vários tamanhos
1 cx. Fio de sutura 4-0
1 cx. Fio de sutura 3-0
10 pacotes de Abaixador de língua
2 Óculos descartável
10 frascos de Xylestesin sem vasoconstrictor (lidocaína) Val. 11/2013
2 caixas de pequena cirurgia completa
2 cuba rim
10 compressas

Higiene Dental
796 escovas de dentes
465 Creme dental Sorriso 50g
3 rolos de fio dental

Diversos
50 Kg de leite em pó em saquinho
500 pirulitos
3500 balões
450 pares de sapatos
Diversas roupas novas

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Acidentes com cobras

As cobras podem ser venenosas, possuem veneno mas nao sao capazes de inocula-lo ou podem ser peconhentas, possuem o veneno e sao capazes de inocula-lo. As peconhentas geralmente apresentam fosseta loreal, que e um orificio entre a narina e o olho de cada lado, escamas em forma de quilha, escamas bem menores que as do resto do corpo em cima da cabeca e pupilas em forma de fenda. Os acidentes tem acontecido com grande frequencia no Centro-Oeste onde ha grande devastacao ambiental devido a agricultura e pecuaria. O horario mais comum e durante o entardecer e os mais acometidos sao homens com idade entre 15 e 19 anos. Pe e perna correspondem a 70% dos acidentes enquanto que mao e braco, 13,4%. A maioria dos acidentes e causada pelas serpentes do genero Bothrops (73,1%) que tem como principal representante a jararaca; seguido pelo Crotalus (6,2%), as cascaveis, que eh o acidente mais letal; Lachesis (1,1%), conhecidas como surucucu; nao peconhentas (3%) e pelos demais, que inclui Elapidicos, que sao as corais verdadeiras.
As jararacas e corais podem ser encontradas em qualquer parte do país, isto é, são encontradas em matas primárias (virgens), secundárias e nas cidades. Já as surucucus são encontradas em locais onde existe floresta primária ou bem próxima a estes locais. As cascavéis aparecem em alguns focos no país.

A partir da cauda da serpente pode-se estabelecer a diferença entre as espécies:

· Com chocalho – cascavel

· Escamas eriçados (arrepiadas) no final da base da cauda e sem chocalho-surucucu

· Escamas lisas e sem chocalho – jararaca

As jararacas e corais podem ser encontradas em qualquer parte do país, isto é, são encontradas em matas primárias (virgens), secundárias e nas cidades. Já as surucucus são encontradas em locais onde existe floresta primária ou bem próxima a estes locais. As cascavéis aparecem em alguns focos no país.

Quadro clínico:
Crotallus – efeito neurotóxico, miotóxico e coagulante;

Bothrops – proteolítico, coagulante e hemorrágico;

Lachesis – proteolítico, coagulante, hemorrágico e neurotóxico;
Micrurus ou Elapidico – neurotóxico;

Conduta:
Lavar o local da picada de preferência com água e sabão.
Manter a vítima deitada, evitar que ela se movimente para não favorecer a absorção do veneno.
Se a picada for na perna ou no braço, mantê-los em posição mais elevada.
Não fazer torniquete: impedindo a circulação do sangue, você pode causar gangrena ou necrose.
Não furar, não cortar, não queimar, não espremer, não fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar infecção.
Não dar à vítima pinga, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões do país.
Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento em tempo.
Levar, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico.
Lembrar que nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento que eh o unico tratamento eficaz!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Pessoal, To precisando postar aqui Ne!? Ta faltando tempo e inspiracao, logo logo eu escrevo alguma coisa. Me sigam no twitter /medtododia abracoss

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Respondendo a Maria

O incrivel das fontanelas existirem eh que elas permitem a sobreposicao (MOMENTANEA) e deformacao dos ossos do cranio na passagem pelo canal do parto. Logo apos isso, os ossos ficam na posicao original novamente. Esse processo so ocorre para facilitar o trabalho de parto. Os bebes nascidos de cesarea nao sofrem esse processo, porque nao eh necessario, ja que esses bebes passam por um espaco delimitado por tecidos mais moles (musculos, pele, tecido adiposo, etc) , o contrario, dos bebes que nascem de parto normal que devem atravessar a pelve materna (osso).
Portanto, os bebes de cesarea tem a cabecinha normal e fontanelas como os bebes de parto normal. A diferenca e que as fontanelas deles nao foram usadas para um dos fins para que foram criadas: ajudar o trabalho de parto.
Respondido, Maria?!
Obrigada pela participacao.
Volte sempre....